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"Muito além dos números: Desafios para o profissional da área contábil"


Data: 15 de agosto de 2013
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Na manhã desta quinta-feira (15 de agosto), a plateia da XXVIII Convenção da Contabilidade do Estado de Santa Catarina (Contesc) puderam conferir as apresentações de dois renomados professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP). Reinaldo Guerreiro e Edgard Bruno Cornacchione participaram do painel com o tema “Muito além dos números: Desafios para o profissional da área contábil”.

 

O professor Guerreiro, autor de vários livros, diretor da FEA/USP e pesquisador do CNPq, destacou as mudanças na sociedade que influenciam diretamente na atuação do profissional de Contabilidade. “Na demografia, por exemplo, vemos crescer o conceito de mega cidades, afinal as pessoas saem das áreas rurais e vão para as áreas urbanas. São esses drivers de mudança que geram desafios e impactos nos negócios e nós, contadores, vivemos num ambiente de negócios”, disse, complementando:  “As organizações precisam monitorar as tensões entre economias emergentes desenvolvidas para antecipar conflitos”.

 

O painelista abordou muitas questões relacionadas à gestão de riscos, uma área em que o profissional da Contabilidade terá que atuar cada vez mais. “Para uma adequada gestão de riscos, as empresas precisam de planos alternativos. Riscos como aumento dos custos de materiais e de mão de obra, interrupção na cadeia de abastecimento, enfim, são os desafios de lucratividade que aumentam e portanto os contadores gerenciais deverão ocupar papéis principais nas empresas”, disse ele.

 

Ao atuar dentro desse ambiente, comentou Guerreiro, os profissionais terão um dilúvio de dados, devido aos avanços tecnológicos.  Cabe aos contadores identificar indicadores relevantes e ter inspiração a partir de dados. “Sabemos que hoje 85% das informações brutas e não estruturadas continuam sem uso adequado. Por isso precisamos  fortalecer e expandir a gestão de dados internos”.

 

Para concluir, ele disse que o papel do contador mudou, estamos melhores, mas ainda falta muito. “O que vai mudar é o modo de aplicar o portfolio de conhecimentos, pois vamos estar mais vinculados à criação de valor. Na USP temos ensinado os alunos que o contador tem a missão de otimizar o resultado global. Hoje estamos fixados em produzir informações, mas isso será pouco, temos que produzir valor. Alguns pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) já dizem que seremos os gerentes de rentabilidade”, alertou ele e finalizou: “Devemos olhar pra frente e não simplesmente relatar desempenho do passado”.

 

O segundo painelista, Edgard Cornacchione, falou das tendências atuais nas relações de trabalho, que revelam o fim do trabalho como conhecíamos, o inicio de um novo contrato social, a “extinção” do professor como atua hoje e a presença e o novo papel do contador.

 

“Temos uma nova missão da Contabilidade. Na área financeira, temos demanda de demonstrativos instantâneos. Na área gerencial, nos pedem precificaçãoo instantânea por demanda”, disse ele, que também comentou a robotização na Contabilidade, nas áreas da pesquisa, auditoria  e educação, como a utilização de um software de inteligência artificial que já ensina estudantes norte-americanos com a mesma habilidade de um professor.

 

“A Contabilidade é representação da realidade ou, indo mais além, é construção da realidade. Nessa perspectiva, o que chamamos de realidade? Um relato científico de depreciação, por exemplo, não pode mais ser um simples cálculo de percentual. Estamos lidando com uma ciência social aplicada e quando a sociedade se transforma, nós contadores precisamos estar sempre nos adequando a essas mudanças”.

 

Ele foi enfático em dizer que a Contabilidade é forte como área profissional a ponto de dar boas respostas para essas mudanças. “No novo cenário  vemos o físico dar espaço ao virtual, expandindo velozmente o mercado. Nesse sentido, um contador da área financeira e da área gerencial precisa analisar as mudanças da lógica de consumo virtual”, alertou Cornacchione.

 

Por fim, ele ressaltou que os profissionais da Contabilidade conhecem a relação de benefícios e custos e podem ocupar esses espaços que ajudam as empresas a aproveitar oportunidades e criar valor.

 

 

 

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