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No Brasil negócios sociais geram lucros reais


Data: 24 de setembro de 2013
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Um negócio que dá lucro e, ao mesmo tempo, transforma a realidade social das classes de baixa renda, principalmente as D e E. Parece contraditório, mas esses são os negócios sociais, ainda novos no Brasil. Totalmente voltados para oferecer produtos e serviços para as parcelas da população que mais precisam, estão se multiplicando, principalmente no Nordeste. Em 2011, segundo estudo da organização Artemísia, pioneira no ramo, foram contabilizadas 120 pequenas e médias empresas de negócios sociais. Hoje, a organização estima que sejam mais de 200.

 

A principal diferença entre os negócios sociais e as empresas tradicionais está no fato de que elas, intencionalmente, são voltadas para resolver problemas sociais. Por outro lado, elas também se diferem das Organizações Não-Governamentais (ONGs) por serem autossustentáveis e gerarem lucros. “O conceito é relativamente novo, apesar de já existirem negócios destes desde a década de 1970. No Brasil, se fortaleceu em 2009, com a chegada da Vox Capital, pioneira no investimento em empresas de impacto social”, explica a diretora executiva da Artemísia, Maure Pessanha.

 

Alguns setores como saúde, habitação e educação são considerados prioritários para o desenvolvimento de negócios sociais. Já outros atores, como investidores, aceleradoras e cursos de graduação estão começando a fazer parte do ecossistema do segmento. Segundo Maure, esses investidores pretendem aportar, por ano, entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões no País. “O Brasil está se tornando um polo. Os investidores estão interessados em bons negócios e os internacionais, principalmente, estão buscando modelos no Nordeste. É um mercado que tem muito potencial, porque tem muita gente que precisa dos serviços”, afirma.

 

A Bio Fair Trade, criada pelos empresários Márcio Waked e Fabiana Dumont, é um dos negócios sociais pioneiros em Pernambuco. A empresa, que surgiu em 2007, trabalha com a exportação de produtos de artesãos de todo o País. “As exigências das exportações são muitas e alguns grupos sequer são formalizados. Procuramos inserir esses artesãos no mercado, fazemos diagnósticos e oferecemos orientação. Nosso lucro vem dos contratos com as empresas que compram os produtos”, destaca Waked. A empresa fatura cerca de R$ 800 mil por ano.

 

A dupla trabalha com o conceito de comércio justo, que, entre outros princípios, preza pelo respeito ao meio ambiente e pelo pagamento justo ao produtor. Até hoje, mais de 1,5 mil artesãos foram beneficiados. Entre eles, está o grupo Esperança, formado por mulheres da comunidade das Carolinas, em Candeias. “Antes de aprender o artesanato, eu era dona de casa. Começamos a exportar, em 2007, para a Holanda. Hoje, trabalhamos com a Tok Stok, com lojas do Shopping RioMar, com o Sebrae. É um dinheiro que entra para complementar o orçamento”, conta Ana Carolina da Silva, 39 anos.

 

Fonte: Portal Contábil SC

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