A palestra “Reestruturação Financeira – Um caso aplicado em um clube esportivo” com o contador, advogado e administrador de empresas Raul Corrêa da Silva, foi uma aula sobre gestão de entidade esportiva. O evento ocorreu na sede do CRCSC nesta segunda à noite (dia 25/11), numa promoção do CRCSC, Fecontesc e Sescons, dentro do Projeto Educação Continuada. Estavam presentes o vice-presidente de Administração e Finanças do CRCSC, Marcello Seemann, o diretor Cláudio Petronilho e o diretor Social e de Marketing do Sescon Grande Florianópolis, André Marquart.

O palestrante é sócio e fundador da BDO RCS, integra a Academia Paulista de Contabilidade, auditor independente da CVM e BACEN e tem 42 anos de experiência com empresas de médio e pequeno porte, nacionais e internacionais. Ele veio acompanhado dos auditores Paulo Sérgio Tufani e Dioclécio Oechsler, da BDO.

Como diretor de Finanças do Sport Club Corinthians Paulista, Raul mostrou primeiro quais são os desafios das entidades esportivas. “É preciso criar um ambiente interno de Governança Corporativa. Vemos muita falta de visão de longo prazo na administração dos clubes”, disse ele, que destacou ainda que o ambiente de negócios no futebol brasileiro está cada vez mais profissional, mas há a necessidade de criar projetos de relacionamento duradouros.

Ele revelou como o Corinthians precisou ser reestruturado, com uma nova gestão administrativa e financeira.  “No final de 2007, o Corinthians estava a caminho da Série B, com uma dívida superior a cem milhões de reais e com falta de credibilidade”, contou Raul, integrante da nova equipe que precisou resgatar a credibilidade com bancos, sócios, funcionários, mídia, patrocinadores, entre outros.

“Implementamos sete pilares de gestão com foco no respeito absoluto à identidade, à cultura, às tradições e com promoção do envolvimento da torcida com o clube, com o time e da difusão dos valores da nação corinthiana”, relatou o palestrante.

Os primeiros passos foram conhecer a realidade, por meio de uma auditoria e análise financeira e econômica dos quatro anos anteriores. Em seguida foi feito um diagnóstico do ambiente de controle interno e realizadas conversas com cada departamento para levantar pontos fracos e fortes. “Depois montamos e aprovamos um novo Estatuto, deixando claro a gestão profissional e divulgando a realidade na imprensa e para toda a nação. Quanto mais dividimos as informações, mais ganhamos confiança e apoio”, disse ele.

O palestrante relatou as ações táticas e mostrou as estratégias para conseguir os bons resultados alcançados. A evolução da receita foi um deles. Em 2008 o clube arrecadou R$ 117 milhões e em 2012 esse número saltou para R$ 358,5 milhões. Apesar do endividamento, problema comum entre todos os clubes brasileiros, o Corinthians passou a investir mais, tendo construído o Centro de Treinamento em 2011. Agora, está em fase final a construção da Arena Corinthians, no bairro Itaquera de São Paulo, estádio que sediará a abertura da Copa do Mundo com capacidade para 48 mil pessoas e com perspectivas de geração de uma receita bruta de R$ 200 milhões por ano.

Ao final da palestra, os profissionais presentes puderam tirar dúvidas e fazer perguntas sobre a gestão de uma entidade de grande porte como o Sport Club Corinthians.