Artigo: Revolução contábil
Data: 29 de outubro de 2010
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Por Geuma Campos Nascimento
Toda mudança gera alterações – sejam positivas ou negativas. Isso é óbvio, mas nem todas fazem uma revolução como está acontecendo na contabilidade brasileira desde o final de 2007. A entrada em vigor da Lei 11.638, para aprimoramento e atualização da Lei 6.404/76 mexeu não apenas com a essência contábil nacional, mas também com a forma de a colocar em prática.
As novidades foram múltiplas – desde as mais impactantes, como o IFRS (International Financial Report Standard), que fez com que os balanços contábeis de empresas brasileiras ficassem iguais aos padrões europeus, às mais subjetivas, como questões de valor futuro e aspectos intangíveis (como marcas), dentre outros, antes não tão aplicado pelas empresas sediadas no Brasil.
Demorou muito tempo para que a nossa contabilidade tivesse alterações. Foram mais de 30 anos de estagnação. Isso fez com que o Brasil não evoluísse como outras nações, com visíveis impactos na economia. Se avaliarmos pelo lado mais simples – os balanços das empresas nacionais tinham de ser "traduzidos" para uma linguagem universal (a americana USGAAP ou a europeia IFRS). Ou seja, a dificuldade para as companhias internacionais entenderem nossas informações contábeis era imensa, o que dificultava a nossa entrada em novos mercados.
Com a aplicação do IFRS, os dados dos balanços brasileiros agora são entendidos na maior parte do mundo – o que faz que a nossa entrada no mercado internacional cresça em paralelo com a nossa economia. Ainda há diversos pontos a serem atualizados, aplicados e entendidos, decorrendo daí o grande aumento de oferta e de procura de cursos de especialização em contabilidade. Neste aspecto, também temos de lembrar do Exame de Suficiência, outra novidade no setor, que, a partir de 1° de novembro de 2010, será obrigatório, tanto para bachareis quanto para técnicos em contabilidade – de acordo com a publicação do Diário Oficial da União, de 28 de setembro de 2010. Começaremos 2011 com esta novidade, já que a primeira prova será aplicada em março.
Estamos saindo da contabilidade regional para a mundial, no formato europeu. É claro que não podemos apenas adotar modelo eficaz de outra localidade e o aplicar aqui. Temos uma realidade completamente diferente em todos os aspectos – sociais, empresarias e econômicos. Por isso, adaptações foram e terão de ser feitas. O mais importante é que a contabilidade brasileira evolui agora a passos largos. Com isso, nossas empresas poderão inserir-se na globalização com muito mais facilidade. Contudo, não podemos descuidar da atualização e do aprendizado contínuo.
Geuma Campos Nascimento - sócia da Trevisan Outsourcing e professora da Trevisan Escola de Negócios.
Fonte: Administradores.com.br