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Mantega busca sucessor para Receita Federal


Data: 23 de novembro de 2010
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Depois da definição sobre a permanência no cargo do ministro da Fazenda, Guido Mantega, começaram as negociações para a escolha do novo secretário da Receita Federal - e o atual presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), Carlos Alberto Barreto, é o mais cotado para assumir o posto. Também estão na disputa o subsecretário de Fiscalização, Marcus Vinicius Neder (o preferido dos auditores fiscais) e o presidente do INSS, Valdir Moisés Simão.

Ex-secretário adjunto da Receita, Barreto ganhou a simpatia da presidente eleita, Dilma Rousseff, quando ela era ministra da Casa Civil. Responsável na época pela área do Fisco que prepara medidas tributárias, ele se aproximou de Dilma na negociação, com o Congresso, de MPs sobre desonerações de impostos e mudanças na legislação.

Em 2008, quando Mantega tirou Rachid do cargo, a Casa Civil trabalhou pela escolha de Barreto. O ministro, no entanto, optou por Lina Maria Vieira, indicação do seu secretário executivo, Nelson Machado. Preteriu Barreto, que tem perfil técnico, porque não queria na cúpula da Receita nenhum nome ligado a Rachid, que havia sido indicado pelo ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Pesa contra a indicação de Barreto - que esteve no Ministério da Fazenda na noite do dia em que se decidiu pela permanência de Mantega no cargo - o fato de que sua escolha poderia sinalizar a volta do chamado "grupo de Rachid".

Sindicato. A favor da indicação do atual subsecretário de Fiscalização, Marcus Neder, está o apoio, nos bastidores, do sindicato dos auditores fiscais. Embora seja da equipe do atual secretário, Otacílio Cartaxo, a escolha de Neder é vista por muitos setores como uma espécie de renovação da casa, que em pouco mais de um ano passou por duas grandes crises institucionais com a desastrosa saída de Lina Vieira - que espirrou na gestão da então ministra Dilma - e a invasão do sigilo fiscal de tucanos na campanha eleitoral. Neder é tido como um dos 10 auditores fiscais mais preparados da Receita, com experiência internacional e experiência no planejamento tributário.

Auditor fiscal, o presidente do INSS tem o apoio de Nelson Machado, que na prática dá as cartas na Receita desde os tempos de Lina Vieira. Ex-ministro da Previdência, Machado quer que o Fisco dê atenção especial à cobrança das contribuições previdenciárias, que passaram a ser responsabilidade da Receita depois da unificação com a Secretaria de Arrecadação Previdenciária. Pesa contra Simão a resistência da categoria, que considera Machado o grande responsável pelas crises na Receita.

Quarto nome. Também estaria na lista, segundo algumas fontes, o superintendente de São Paulo, José Guilherme Vasconcelos. Ex-inspetor da Alfândega, em Santos, ele teria a simpatia do PMDB, do vice-presidente eleito Michel Temer. Sua escolha, no entanto, é considerada remota porque foi em São Paulo que ocorreram os vazamentos e a violação de sigilo fiscal de vários contribuintes.

Adriana Fernandes / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

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