Para nós, profissionais da área contábil, que estamos familiarizados com os números, o ato de apurar os custos dos serviços prestados e a estipulação do valor dos honorários cobrados deveria ser relativamente simples, mas, na prática a realidade é outra.

Uma das dificuldades encontradas é quando um cliente está em fase de expansão, exigindo cada vez mais atenção de nossa equipe, principalmente na área tributária, mas ainda sem a rentabilidade ideal de qualquer negócio nesse momento. Precisamos estar atentos para não nos tornarmos um “investidor” do negócio, situação que ocorre quando o empresário faz um apelo para a manutenção dos honorários nas bases atuais, prometendo uma adequação futura.

Cuidado, se você não tiver o custo da operação na ponta do lápis, correrá o risco de vender seu produto (serviço) por um longo período com prejuízo. Como você não é sócio do negócio e sua empresa não é uma entidade sem fins lucrativos, isso seria um péssimo negócio.

Esse tipo de situação acontece porque muitos profissionais ainda têm a ilusão de que, participando desde o início de um novo empreendimento, haverá um reconhecimento futuro, com a adequação no valor dos honorários cobrados, quando na realidade o que acontece é exatamente o contrário: quanto maior a empreendimento, mais difícil será a negociação dos honorários pelos serviços prestados.

Em outros casos, são feitos novos arranjos societários, com a criação de holding, administradora de bens, filiais ou até mesmo a criação de outros negócios que acabam fazendo parte de um grupo de empresas. Nesses casos, dependendo do porte de cliente, a barganha para a redução dos valores cobrados, com a justificativa de que você está ganhando no volume é ainda maior.

É claro que devemos oferecer uma tabela diferenciada quando se tratar de grupos econômicos, mas essa redução jamais pode prejudicar a rentabilidade mínima incidente sobre aquela operação.

Para finalizar, os sindicatos contábeis de cada região oferecem uma planilha referencial de honorários, que pode ser utilizada como parâmetro para a cobrança dos serviços contábeis, mas somente quem executa o serviço é que pode analisar a complexidade dos serviços a serem executados e o custo da estrutura necessária para oferta de um serviço de qualidade.

Isaac Rincaweski, Contador