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Como foi: 10º Encontro Catarinense dos Coordenadores e Professores de Ciências Contábeis


Data: 21 de agosto de 2017
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Cerca de 80 professores e coordenadores de cursos de Ciências Contábeis de 20 instituições de ensino superior (IES) estiveram na tarde desta segunda-feira (21/8) na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, para o 10º Encontro Catarinense dos Coordenadores e Professores de Ciências Contábeis. Promovido pelo Conselho Regional de Contabilidade (CRCSC) com apoio das instituições de ensino da Grande Florianópolis.

 

O presidente do CRCSC Marcello Seemann fez a abertura, destacando as ações do Conselho em prol da educação e a aproximação entre mercado e academia. O vice-presidente de Desenvolvimento Profissional, Adilson Pagani, e a vice-presidente de Administração e Finanças, Rúbia Albers Magalhães, participaram da organização do evento.

 

A primeira palestra foi do Doutor em Educação Vitor Francisco Schuch Jr., da Universidade Federal de Santa Maria (RS) e que atua junto ao INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) na avaliação das instituições de ensino superior. Em sua fala, ele fez um breve histórico da instalação das universidades no mundo e a relação com o contexto de cada país. “A evolução da educação tem trazido inúmeros desafios e na avaliação revela-se a importância dos agentes nesse processo”, disse o professor, mostrando os principais pontos que são avaliados. Segundo Schuch, na estrutura curricular é fundamental que a flexibilidade e a interdisciplinaridade existam de fato, assim como a articulação entre teoria e prática e a compatibilidade com a carga horária.

 

O segundo palestrante foi o professor Doutor Dilvo Ristoff que desde os anos 90 atua na área de avaliação educacional e como pró-reitor da UFSC foi presidente do Fórum Nacional de  Pró-Reitores de Graduação das Universidades Brasileiras.

Sua apresentação destacou quais estratégias devem ser adotadas pelas IES para ter a visão de futuro que se quer, iniciando pela expansão, passando pela inclusão, garantia de qualidade, o uso de novas tecnologias, a formação de professores e também tendo a internacionalização.

Ao abordar a inclusão, o professor mostrou a taxa de escolarização que revela dados muito interessantes para explicar as mudanças de perfil dos alunos de graduação.

“Em 2016 tínhamos oito milhões de alunos matriculados no sistema de cursos superiores. Destes, seis milhões no ensino privado, mas três milhões sã financiados pelo poder público por meio do FIES e Prouni.  Ou seja, a maior parte dos alunos está na universidade com recursos públicos e isso tem implicações no sistema avaliativo e regulatório”, afirmou ele, enfatizando que a inclusão avançou nos últimos 14 anos e mudou profundamente o perfil dos graduados.

Somente pelo Prouni, mais de 500 mil estudantes se graduaram desde que o programa foi criado, financiados por isenção fiscal. “Esse número é muito significativo, pois 100 mil se formam por ano em todo o sistema de universidades”, ressaltou Dilvo.

 

Ele citou ainda como exemplos de inclusão, o Reuni (Reestruturação e interiorização das universidades federais) e o SISU (Sistema de Seleção Unificada para acesso às universidades públicas e gratuitas), cujo objetivo é ser aplicado em larga escala, de forma democrática e nacional. Além disso, ele citou a criação de institutos federais, que passaram de 140 em 2002 para 562 atualmente. “Essa mudança de perfil dos alunos pode ser avaliada pela renda familiar, origem escolar, trabalho, escolaridade dos pais e cor”, disse o palestrante com dados de uma pesquisa que analisou 43 áreas e o desempenho dos alunos beneficiados pelo Prouni, que revelou excelentes notas em relação aos demais alunos.

Por fim, o palestrante fez uma análise das funções da avaliação, indo da parte administrativa até a formativa e psicológica, além da somativa que é selecionar e certificar. “Estes resultados da avaliação constituem referencial básico dos processos de regulação e supervisão da educação superior, neles compreendidos o credenciamento ou recredenciamento, ou até mesmo o descredenciamento”, concluiu, deixando como mensagem que é preciso respeitar os valores e a natureza da instituição.

 

Na segunda parte do evento foi realizada uma discussão com os palestrantes mediada pelo professor Doutor da UFSC Irineu Afonso Frey com o tema “Avaliação dos Cursos de Ciências Contábeis no Brasil”.  Antes de iniciar o debate, Frey apresentou números do Exame  de Suficiência e resultados das provas do Enade, prova realizada pelos egressos dos cursos. Os dois palestrantes alertaram que o Enade não é índice de avaliação, pois não é obrigatório. 

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