Auditores da Receita Federal se reuniram nesta terça-feira (24) com o presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina (CRCSC), Marcello Seemann, visando orientar os contadores para evitar fraudes no futuro, principalmente após o cruzamento de informações na Operação Tio Patinhas. Participaram da visita institucional o auditor fiscal Rogério Penna, e a auditora fiscal, Roseli Fabrim.

A Delegacia da Receita Federal de Florianópolis já começou a intimar pessoas que declararam possuir grandes valores em espécie para que comprovem a existência física do dinheiro. O objetivo da operação e combater fraudes nas declarações de Imposto de Renda de pessoas físicas.

Agora, a Receita se reuniu com o CRCSC para alertar os profissionais contábeis sobre a conduta no momento do preenchimento da declaração de Imposto de Renda. “Com esta visita viemos afirmar que este processo é apenas para auto regularização, e queremos alertar aos contadores para que cuidem com qualquer indução de práticas ilícitas nas declarações de seus clientes”, afirmou o auditor fiscal, Rogério Penna.

O delegado da Receita Federal, Saulo Figueiredo Pereira, destacou que a visita de cunho institucional buscou prevenir e evitar fraudes no futuro. “Estamos cruzando dados e muitos casos serão acionados, pois os profissionais podem responder pela atividade”, explicou.

Segundo Pereira, os contribuintes terão que comprovar a existência dos valores e se for o caso retificar a declaração. Já os contadores poderão responder por sonegação e até mesmo por crime contra a ordem tributária, caso seja comprovada a conduta ilícita. “Nós queremos fazer um alerta sobre os indícios de irregularidades com o cruzamento de informações das declarações, visando combater a sonegação e a lavagem de dinheiro”, afirmou o delegado.

Outras questões relacionadas ao Fundo de Adiantamento para futuro aumento de Capital – FAC também estão sendo estudadas pela Receita Federal da Capital em alguma simulações, alertou a auditora fiscal, Roseli Fabrim, durante a reunião.

O presidente do CRCSC destacou a importância do encontro e da parceria com a Receita. Ele ainda acrescentou sobre a relevância do trabalho de orientação aos profissionais da área contábil. “Nós precisamos fortalecer essa parceria, pois, assim como a Receita Federal, nós trabalhamos para proteger a sociedade para evitar a sonegação e a lavagem de dinheiro. Por isso, nós vamos orientar e fiscalizar os profissionais para que mantenham as condutas éticas, caso contrário, eles terão que enfrentar processos internos dentro do Conselho, bem como na esfera cível”, disse Marcello Seemann.

A Operação Tio Patinhas é um projeto-piloto lançado pela Delegacia de Florianópolis da Receita, que abrange uma área de 73 municípios do litoral catarinense, de Piçarras a Passo de Torres.  Serão três etapas da operação, que deve ocorrer até o final do ano no litoral catarinense. Em todas elas, pessoas serão intimadas a comprovar a existência dos valores. Caso haja negativas, poderão ser expedidos mandados judiciais e não está descartada a contagem do dinheiro, caso necessário.