Encontro Catarinense dos professores debate o ensino da contabilidade no futuro
Data: 17 de setembro de 2019
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Simultaneamente, ao Congresso UFSC de Controladoria e Finanças e também ao Congresso de Iniciação Científica em Contabilidade, aconteceu o 12º Encontro Catarinense dos professores de Ciências Contábeis. O evento trouxe temas que influenciam as atividades acadêmicas como o design thinking, o futuro do ensino e a evolução da contabilidade 4.0.
O evento tem como objetivo atualizar e integrar professores e coordenadores das ciências contábeis com o intuito de discutir os novos referenciais de educação, estando sempre atualizados e em consonância com as mudanças do mercado.
Durante abertura, o presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina (CRCSC), Marcello Alexandre Seemann, ressaltou que a educação continuada está no DNA do conselho e enalteceu o trabalho dos professores de graduação catarinenses. “Nos últimos seis exames de suficiência do Brasil, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Santa Catarina tem figurado entre os primeiros colocados. E neste ano, novamente fomos o primeiro lugar no exame de suficiência, por isso, peço aplausos para os nossos mestres, afinal, isso, é reflexo da nossa educação”.
Design Thinking
A primeira apresentação do evento foi da doutora e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, Maria Collier de Mendonça, que participa dos grupos de pesquisa e estudos de informação e comunicação organizacional da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e de grupos multitemáticos em redes sociais digitais pela PUC sobre Design Thinking, conceitos, técnicas e práticas.
Collier apresentou o que norteia o trabalho do design explicando que se trata de uma abordagem interdisciplinar. “Neste caso, estamos estudando na tradução da palavra o pensamento do design, avaliando os mais diversos contextos de inovação. Por isso, a relevância de dialogar com pessoas para entender a realidade e estudar o contexto”.
A bolsista destaca ainda que cada vez mais o mercado está se sofisticando e necessitando de um designer de interação. “No primeiro momento é preciso entender necessidades, compreender o mercado e estudar as possíveis alternativas, testar formas e sintetizar as soluções. Projetar coisas que sejam importantes para as pessoas”.
Contabilidade 4.0
A Contabilidade 4.0 foi o tema da apresentação da professora Marcia Maria Bortolocci Espejo, chefe da coordenadoria geral de pós-graduação da Pró-reitoria de Pesquisa da Fundação UFMS. Espejo, que também é bolsista de produtividade em pesquisa nível 2, deve abordar questões de tecnologia relacionadas à evolução contabilidade.
“O ensino da contabilidade 4.0 faz menção as revoluções industriais. A primeira inserção industrial aconteceu com a máquina a vapor, depois foi a economia em escala, que através da energia elétrica foi impulsionada em termos industriais. Na terceira etapa chega a ascensão das tecnologias da informação e comunicação. E, por fim, a quarta revolução é a que a tecnologia passa por influência biológicas, gerando interatividade e minimizando erros”.
Segundo a palestrante, toda esta realidade está permeando a contabilidade 4.0. “A tecnologia é capaz de padronizar o que o consumidor quer, agora pensa na contabilidade”. Entretanto, Marcia destaca que também há fragilidades. “Temos os cyber ataques, as fake news, os hackers, os tecnocratas e outros problemas propícios para este ambiente”.
Como os novos desafios, Espejo apontou que esta revolução provocará novos modelos de negócios, principalmente na contabilidade, apontando alguns cases já realizados no Brasil. “Como se não bastasse a concorrência contábil, temos ainda a tecnologia realizando o controle do serviço do contador”, citando o case do Rupee.
Ensino da Contabilidade
A pós-doutora em Educação pela UFSCar no Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas, Adriana Maria Procópio de Araújo, foi a responsável pelo encerramento do evento abordando a temática “O professor no ensino contábil – oportunidades e desafios”.
Durante abordagem, a professora contou sua história profissional citando exemplos sobre ensino, metodologias e docência. “Na minha época, o doutorado em contabilidade só existia em São Paulo e apenas 30 doutores no Brasil na área. Era raro ter doutor nos extremos do país, ficava tudo mais concentrado em São Paulo”.
A ministrante do tema também é pós-doutora no College of Law, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, e auxiliou na criação de um programa de pós-graduação, mestrado e doutorado da cidade de Ribeirão Preto (SP).
Ela apresentou aos participantes os quatro pilares da educação, da declaração da Unesco. “É um documento de 1988, que ainda está sendo debatido, trabalhado e construído. Ainda não há previsão de nova versão dele. No capítulo 4, são apresentadas as diretrizes para a educação no mundo. O aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser”. Segundo a doutora, estes quatro pilares são o que o professor precisa ter atualmente para atuar neste momento de revolução tecnológica.