Algumas das diferenças entre a contabilidade e tributação praticadas no Brasil e nos Estados Unidos foram o tema da Câmara Técnica Debate desta quarta-feira (26), com o doutor em Contabilidade e professor universitário Jorge Eduardo Scarpin, brasileiro que mora nos EUA, onde também atua como membro do Institute of Management Accountants (IMA) e do Decision Sciences Institute (DSI). “Uma pessoa que vivencia no seu dia a dia essas peculiaridades da contabilidade, para falar deste assunto tão relevante e atual”, descreveu a presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina (CRCSC), Marisa Luciana Schvabe de Morais, na abertura do evento.

Antes de falar sobre as diferenças entre as normas contábeis e regras de tributação em cada país, Scarpin traçou um panorama profissional comparativo do mercado e da regulação do exercício profissional no Brasil e nos Estados Unidos. Ele explicou, por exemplo, que as atividades contábeis do dia a dia são realizadas por bookkeepers, geralmente “técnicos em negócios”, sem formação superior, que são pessoas com formação no ensino médio profissionalizante, mas não necessariamente em contabilidade - uma modalidade comum por lá. O registro profissional é concedido apenas a contadores com graduação nos EUA, os chamados CPA – Certified Public Accountant - , responsáveis por assinar a contabilidade.

“Outra diferença é que, enquanto no Brasil a contabilidade é obrigatória a todas as pessoas jurídicas, nos Estados Unidos só é exigida a empresas de capital aberto”, explicou o professor.

Contabilidade tributária e financeira - Nos Estados Unidos, a contabilidade tributária é totalmente separada da financeira. “A Receita Federal americana não dá palpite no FASB (Financial Accounting Standards Board), o FASB se libertou da Receita aqui nos EUA”.

De uma forma geral, de acordo com Scarpin, a tributação é mais simplificada para o contribuinte. Porém, como salientou o debatedor Luiz W. Jung, que é membro da Comissão de Educação Profissional Continuada do CRCSC e integrante da Moore Global, está errado o senso comum de que o cidadão americano paga menos impostos do que o brasileiro.

“Em certos casos, nos Estados Unidos se paga tanto ou até mais impostos do que no Brasil. A diferença é que os processos são muito mais simplificados”, avaliou Jung, que também é contador e auditor.

Educação continuada - O evento foi transmitido ao vivo (segue disponível) no canal oficial do CRCSC no YouTube, e foi prestigiado por centenas de profissionais de 22 estados brasileiros. O vice-presidente Técnico do CRCSC, Roberto Aurélio Merlo, reforçou a importância da cultura de debater constantemente temas relevantes à profissão no CRCSC.

“São demandas trazidas pelos profissionais registrados que atuam em Santa Catarina, temas pertinentes e que merecem a nossa análise, estudo e aprofundamento, para que sigamos contribuindo para que as organizações onde atuamos sejam sustentáveis”, concluiu o vice-presidente.

Para assistir ao evento na íntegra, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=ceg1ymgf3hc&t=17s